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Apartamento 1818 - Zoe
por Zoe Aidios Dom Dez 10, 2023 11:52 pm
No início aquele era um quarto perfeito. Havia uma janela, iluminando o interior vasto com uma eterna luz solar, pois era assim que preferia o criador da dona daquele local. Havia uma porta, que levava para um banheiro onde havia apenas uma enorme banheira, grande e funda o suficiente para ser considerada uma piscina. E mais nada. Nos primeiros dias, esse quarto era perfeito.
"Pois será um ser que não precisa comer, beber ou dormir. Não se cansará, não haverá necessidade de realizar as vontades básicas de um humano. Apenas um banho ocasional, para garantir que o corpo não se torne o lar de vermes."
Aos poucos o quarto ganhou vida. Uma cama king size foi adicionada, uma pequena escrivaninha surgiu, um armário grande e repleto de roupas idênticas se fez presente, um criado-mudo onde repousava um livro de capa escura. Em um dos cantos havia um espelho enorme e ao lado dele havia dois potes com comida e água para um cachorro. A perfeição do homem que criara a residente daquele quarto havia sido machada, depreciada e descartada. Logo, no início, aquele quarto era horrível e um afronte à quem habitava aquele apartamento. Agora o quarto refletia melhor o espírito da mulher que o habitava, possuindo uma eterna luz lunar.
Apesar de Zoe ser uma habitante mais recente da mansão e ser uma pessoa reclusa, ela deixou claro que sempre poderiam visitá-la. Desde que batessem na porta antes.
"Pois será um ser que não precisa comer, beber ou dormir. Não se cansará, não haverá necessidade de realizar as vontades básicas de um humano. Apenas um banho ocasional, para garantir que o corpo não se torne o lar de vermes."
Aos poucos o quarto ganhou vida. Uma cama king size foi adicionada, uma pequena escrivaninha surgiu, um armário grande e repleto de roupas idênticas se fez presente, um criado-mudo onde repousava um livro de capa escura. Em um dos cantos havia um espelho enorme e ao lado dele havia dois potes com comida e água para um cachorro. A perfeição do homem que criara a residente daquele quarto havia sido machada, depreciada e descartada. Logo, no início, aquele quarto era horrível e um afronte à quem habitava aquele apartamento. Agora o quarto refletia melhor o espírito da mulher que o habitava, possuindo uma eterna luz lunar.
Apesar de Zoe ser uma habitante mais recente da mansão e ser uma pessoa reclusa, ela deixou claro que sempre poderiam visitá-la. Desde que batessem na porta antes.
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Re: Apartamento 1818 - Zoe
por Udra Seg Dez 11, 2023 4:38 pm
Udra flutuava com a brisa que passava quase despercebida por um dos caixilhos do corredor. Ele havia decorado cada mínimo detalhe daquela Mansão; sabia as numerações desiguais das portas, a cor desbotada de cada uma delas. Por isso, sua atenção se deteve quando percebeu que algo estava diferente em uma porta específica.
Zoe.
De onde ele ouvira aquele nome? Ahhhh, Zoe! Não, não, ele com certeza não se lembrava. O espectro se viu curioso, e por um descuido, entrou com a guarda baixa, com a vibração astral fraca o suficiente para ser visto. O cabelo preto e longo caia pelo rosto cor de morte, os dentes serrilhados na boca entreaberta.
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Re: Apartamento 1818 - Zoe
por Zoe Aidios Seg Dez 11, 2023 5:07 pm
- Dukke. - uma voz infantil falou, conforme Udra passava pela porta.
Assim que Udra adentrou o aposento ele deu de cara com uma parede. Uma parede de músculos. Zoe era grande, tinha no mínimo dois metros e vinte e sua aparência era tão peculiar quanto a do espectro que assombrava aquela mansão. Seu corpo inteiro era coberto por roupas escuras, feitas de um material resistente à rasgos, enquanto a cabeça de Zoe era escondida por um enorme capacete preto, com o rosto no formato de leão e onde haveria uma pluma destacava-se o que acreditavam ser o cabelo de Zoe, longo e vermelho, descendo até a cintura dela. Essa seria sua aparência em uma ocasião normal, onde ela escolhera perambular pela mansão. Como Udra entrara sem bater ela não tivera tempo de usar suas vestimentas comuns.
Usava uma regata preta, com várias partes do braço sendo enfaixadas para esconder as costuras e cicatrizes, as calças moletom que ela usava eram confortáveis e praticamente serviam de pijamas. Tanto a regata como a calça eram claramente curtas demais para ela, ainda que fossem folgadas o suficiente, deixando várias partes expostas, como parte do abdômen dela por onde várias faixas de bandagens se encontravam, ou as panturrilhas que também estavam enfaixadas. Já a cabeça, geralmente escondida pelo capacete, encontrava-se exposta. Zoe não possuía cabelos e sua pele era pálida, cadavérica até, seus olhos estavam tampados por uma máscara de dormir, mas Udra poderia notar: ela o enxergava perfeitamente.
E então, aquele ser enorme, aquela criatura moldada à partir de partes desiguais, fez o inesperado.
Soltou um grito fino e tentou esbofetear o espectro, porém sua mão passou por ele, inofensiva. Ela correu para a porta ao lado, onde ficava o banheiro.
- Por que não bateu antes de entrar? - gritou Zoe, escondida no banheiro.
- Spøkelse - a voz infantil falou. - Ufarlig
A voz, Udra notaria, vinha de um pequeno cachorro Shiba Inu, cujos olhos estavam vendados tais quais o de Zoe. Ele estava confortavelmente deitado na cama de Zoe e, tal qual a própria, parecia enxergar claramente o fantasma apesar da venda.
Assim que Udra adentrou o aposento ele deu de cara com uma parede. Uma parede de músculos. Zoe era grande, tinha no mínimo dois metros e vinte e sua aparência era tão peculiar quanto a do espectro que assombrava aquela mansão. Seu corpo inteiro era coberto por roupas escuras, feitas de um material resistente à rasgos, enquanto a cabeça de Zoe era escondida por um enorme capacete preto, com o rosto no formato de leão e onde haveria uma pluma destacava-se o que acreditavam ser o cabelo de Zoe, longo e vermelho, descendo até a cintura dela. Essa seria sua aparência em uma ocasião normal, onde ela escolhera perambular pela mansão. Como Udra entrara sem bater ela não tivera tempo de usar suas vestimentas comuns.
Usava uma regata preta, com várias partes do braço sendo enfaixadas para esconder as costuras e cicatrizes, as calças moletom que ela usava eram confortáveis e praticamente serviam de pijamas. Tanto a regata como a calça eram claramente curtas demais para ela, ainda que fossem folgadas o suficiente, deixando várias partes expostas, como parte do abdômen dela por onde várias faixas de bandagens se encontravam, ou as panturrilhas que também estavam enfaixadas. Já a cabeça, geralmente escondida pelo capacete, encontrava-se exposta. Zoe não possuía cabelos e sua pele era pálida, cadavérica até, seus olhos estavam tampados por uma máscara de dormir, mas Udra poderia notar: ela o enxergava perfeitamente.
E então, aquele ser enorme, aquela criatura moldada à partir de partes desiguais, fez o inesperado.
Soltou um grito fino e tentou esbofetear o espectro, porém sua mão passou por ele, inofensiva. Ela correu para a porta ao lado, onde ficava o banheiro.
- Por que não bateu antes de entrar? - gritou Zoe, escondida no banheiro.
- Spøkelse - a voz infantil falou. - Ufarlig
A voz, Udra notaria, vinha de um pequeno cachorro Shiba Inu, cujos olhos estavam vendados tais quais o de Zoe. Ele estava confortavelmente deitado na cama de Zoe e, tal qual a própria, parecia enxergar claramente o fantasma apesar da venda.
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Re: Apartamento 1818 - Zoe
por Udra Seg Dez 11, 2023 9:56 pm
Mesmo não tendo mais glóbulos oculares, Udra já vira muito em sua vasta e diversificada vida. Foi inusitado ter se surpreendido porque nunca, jamais, vira algo como Zoe. Algo, não alguém, porque ela claramente não era uma pessoa. Ao menos, não uma comum.
Ele deu um solavanco para trás, mesmo sabendo que o tapa não o acertaria de fato, e levitou para pouco mais longe. Ora, era vergonhoso que um fantasma tivesse levado um susto. Ele riu, um som exalado e disforme. Sua visão se adaptou aos poucos, e os dentes mostraram um sorriso no mínimo perturbador.
- Mas o que é você? - ele perguntou, mas a voz soaria apenas dentro da cabeça de Zoe. Infelizmente ou felizmente, ele ainda era um fantasma. Aquela era a única comunicação que tinha.
Udra levitou para mais perto, e ficou invisível no meio do caminho. Reapareceu ao lado de Zoe, perto o bastante para que ela visse a pele quase escamosa e translúcida.
- Não tenho mãos para bater, criança - mais uma vez, a voz dentro da cabeça dela - O que aquela criatura está latindo?
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Re: Apartamento 1818 - Zoe
por Zoe Aidios Seg Dez 11, 2023 10:42 pm
Quando Udra aparecesse ao lado de Zoe notaria que ela estava escondendo o rosto com as enormes mãos. Apesar de ao primeiro olhar ela se tratar de uma mulher extremamente alta e forte, olhando de perto era possível notar as inconsistências. As mãos eram grandes demais, ao ponto de que seria possível ela segurar a cabeça de Udra, se ele não fosse incorpóreo, como alguém segura uma bola de basquete. Os braços eram grandes e os músculos se destacavam, era o tipo de corpo que certos bodybuilders matariam para ter. Ela voltou o rosto na direção de Udra, ainda escondendo-o atrás das mãos enormes.
- Sou Zoe. Quem é você? - ela começou a controlar a respiração. - O Konstantinos? Não sei, não conheço a língua que ele fala.
- Rolig. - falou Konstantinos, aparecendo ao lado de Udra. Não houve sinal de movimentação, ele apenas estava ali. - Norsk.
- Certo, me dê um momento. - Zoe falou.
Ela deixou o banheiro para trás e começou todo o processo de se vestir, mas devido à pressa que possuía tudo o que ela fez foi colocar um hábito, a roupa de uma freira, para esconder seu corpo. O hábito em si era claramente remendado de diversos outros para que pudesse servir alguém com o tamanho de Zoe, logo em seguida ela colocou a parte que ia na cabeça, escondendo a careca e as cicatrizes que haviam em sua nuca.
- Pronto. - a mulher enorme se voltou para Udra. - O que você tinha perguntado, mesmo?
- Sou Zoe. Quem é você? - ela começou a controlar a respiração. - O Konstantinos? Não sei, não conheço a língua que ele fala.
- Rolig. - falou Konstantinos, aparecendo ao lado de Udra. Não houve sinal de movimentação, ele apenas estava ali. - Norsk.
- Certo, me dê um momento. - Zoe falou.
Ela deixou o banheiro para trás e começou todo o processo de se vestir, mas devido à pressa que possuía tudo o que ela fez foi colocar um hábito, a roupa de uma freira, para esconder seu corpo. O hábito em si era claramente remendado de diversos outros para que pudesse servir alguém com o tamanho de Zoe, logo em seguida ela colocou a parte que ia na cabeça, escondendo a careca e as cicatrizes que haviam em sua nuca.
- Pronto. - a mulher enorme se voltou para Udra. - O que você tinha perguntado, mesmo?
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Re: Apartamento 1818 - Zoe
por Udra Qua Dez 13, 2023 9:00 am
- Eu tenho muitos nomes.
A voz soou mais uma vez dentro da mente de Zoe, subitamente sombria, gelada. Ele alargou um pouco mais o sorriso, intencionalmente horripilante. Mas algo surpreendente aconteceu. Udra levitou mais alto e inclinou o corpo para trás, como se estivesse derretendo, dramático.
- A não vida de um fantasma está muito difícil ultimamente.
O espectro fitou o cachorro, não tinha expressão já que não possuía olhos, mas parecia ainda curioso.
- Acho que já ouvi algo parecido antes…
Toda linha de pensamento que pudesse formular se desfez quando Zoe se afastou. Ele aproveitou para bisbilhotar pelo quarto enquanto ela estava longe, e se posicionou embaixo da cama dela quando voltou. Apenas a cabeça estava visível.
- Perguntei o que é você - a voz soou - Mas acho que já posso deduzir.
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Re: Apartamento 1818 - Zoe
por Zoe Aidios Qua Dez 13, 2023 9:15 am
- Nesse caso escolha um para que eu possa conversar.
Konstantinos mantinha sua cabeça voltada para Udra a todo momento. O cão não parecia vê-lo como uma ameaça, caso contrário provavelmente daria os sinais típicos de um cachorro, ele latiria, rosnaria, os pelos se eriçariam e ele abaixaria a parte frontal do corpo. Porém aquele cão, por mais estranho que fosse, não se portava como um cão. Havia uma certa dignidade nele, o tipo de coisa que se encontra naquelas pessoas completamente desligadas do mundo ao redor de si, como se fossem superiores a tudo e todos. Não se tratava de arrogância pronunciada, apenas de uma certeza inata de que nada de ruim poderia acontecer e que, se algo realmente acontecesse, não o afetaria. Em suma, o cachorro se portava como um gato.
- Sou uma humana artificialmente criada para ser perfeita. Ou ao menos é o que meu criador dizia. - Zoe suspirou, abaixando o rosto. - Mas é mais correto dizer que sou uma afronta à vida.
Konstantinos mantinha sua cabeça voltada para Udra a todo momento. O cão não parecia vê-lo como uma ameaça, caso contrário provavelmente daria os sinais típicos de um cachorro, ele latiria, rosnaria, os pelos se eriçariam e ele abaixaria a parte frontal do corpo. Porém aquele cão, por mais estranho que fosse, não se portava como um cão. Havia uma certa dignidade nele, o tipo de coisa que se encontra naquelas pessoas completamente desligadas do mundo ao redor de si, como se fossem superiores a tudo e todos. Não se tratava de arrogância pronunciada, apenas de uma certeza inata de que nada de ruim poderia acontecer e que, se algo realmente acontecesse, não o afetaria. Em suma, o cachorro se portava como um gato.
- Sou uma humana artificialmente criada para ser perfeita. Ou ao menos é o que meu criador dizia. - Zoe suspirou, abaixando o rosto. - Mas é mais correto dizer que sou uma afronta à vida.
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Re: Apartamento 1818 - Zoe
por Udra Qui Dez 14, 2023 5:28 pm
Ele ponderou por um instante, mas deu-se por vencido.
- Me chame de Udra.
Decidindo ignorar a curiosidade e a leve lembrança sobre aquela língua que o cachorro latia, o espectro deteve toda a sua atenção à Zoe. Quando ela respondeu, ele se colocou em silêncio absoluto. O cabelo e a roupa em farrapos flutuavam junto ao corpo quase translúcido. Por um instante muito breve, se ela estivesse prestando atenção, poderia ter um vislumbre do rosto dele antes de morrer: os olhos escuros como a noite, as sobrancelhas grossas e desenhadas, o nariz aquilino e a boca carnuda. Udra já fora bonito um dia. Mas a imagem desfez-se, e tudo o que sobrou foi o vazio. Buracos na região dos olhos e do nariz, dentes pontiagudos sem lábios.
Depois do que pareceu uma eternidade, a voz dele finalmente soou mais uma vez.
- Você parece perfeita para mim, e levando em consideração que está falando com alguém que morreu há mais de III séculos, podemos considerar que a maior afronta à vida está bem na sua frente - ele levitou, numa mania que adquirira com o tempo, mexendo os braços para baixo - Nunca vi você aqui. Vai ficar por muito tempo?
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Re: Apartamento 1818 - Zoe
por Zoe Aidios Qui Dez 14, 2023 6:45 pm
- Udra. Prazer em conhecê-lo.
Udra realmente fora bonito em vida, Zoe fora capaz de perceber a leve mudança que houve ainda que ela tivesse durado apenas um instante. Mas, para Zoe, tudo que vivia era belo. Mesmo que ele fosse um fantasma, um dia ele nutrira vida e essa vida fora bela de sua própria maneira. A não ser que ele tivesse sido alguém horrível, então nesse caso sua vida tivera uma beleza perturbada. Como olhar para algo que é claramente errado, mas ainda assim buscar enxergar o certo nele, Zoe tentava sempre ver o lado positivo da vida, mesmo nos casos mais extremos. Pessoas horríveis mereciam finais horríveis. Mas... como explicar? Tudo merece crescer, tudo merece se manifestar do seu próprio jeito. E a vida é uma jardineira, ela vai aos poucos cortando tudo o que é belo e o que não é belo, dando mais espaço para outros crescerem. Se ela não cortasse aquilo que é agradável ao olhar, não poderíamos apreciar completamente a beleza que um dia estivera ali e se ela não cortasse aquilo que é desagradável, então não teria como apreciar aquilo que vai nascer no seu lugar.
- Ah... - Udra notaria, ainda que Zoe tivesse desviado o olhar, que ela corara um pouco. Não era nenhum tipo de reação apaixonada, mas sim o fruto da vergonha. Zoe não acreditava que era perfeita. - Mas um dia foi vivo. O que se tornou após isso é algo à parte. Diferente de mim. Eu fui criada a partir de partes de outros.
Udra realmente fora bonito em vida, Zoe fora capaz de perceber a leve mudança que houve ainda que ela tivesse durado apenas um instante. Mas, para Zoe, tudo que vivia era belo. Mesmo que ele fosse um fantasma, um dia ele nutrira vida e essa vida fora bela de sua própria maneira. A não ser que ele tivesse sido alguém horrível, então nesse caso sua vida tivera uma beleza perturbada. Como olhar para algo que é claramente errado, mas ainda assim buscar enxergar o certo nele, Zoe tentava sempre ver o lado positivo da vida, mesmo nos casos mais extremos. Pessoas horríveis mereciam finais horríveis. Mas... como explicar? Tudo merece crescer, tudo merece se manifestar do seu próprio jeito. E a vida é uma jardineira, ela vai aos poucos cortando tudo o que é belo e o que não é belo, dando mais espaço para outros crescerem. Se ela não cortasse aquilo que é agradável ao olhar, não poderíamos apreciar completamente a beleza que um dia estivera ali e se ela não cortasse aquilo que é desagradável, então não teria como apreciar aquilo que vai nascer no seu lugar.
- Ah... - Udra notaria, ainda que Zoe tivesse desviado o olhar, que ela corara um pouco. Não era nenhum tipo de reação apaixonada, mas sim o fruto da vergonha. Zoe não acreditava que era perfeita. - Mas um dia foi vivo. O que se tornou após isso é algo à parte. Diferente de mim. Eu fui criada a partir de partes de outros.
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Re: Apartamento 1818 - Zoe
por Udra Qui Dez 28, 2023 10:39 am
Ele deu de ombros dramaticamente. Apesar da aparência eufemicamente assustadora e horripilante, se prestasse atenção, Udra parecia mais um adolescente mimado. Seus treijeitos entregavam o que ele tentava esconder com a voz grossa.
- E por que criaram você? - ele se atreveu a perguntar. Era algo direto, sabia, e mesmo sendo um fanstama, se Zoe o mandasse embora por conta daquilo, ele realmente iria. No entanto, não perguntara com arrogancia. Era pura curiosidade - Onde estão os seus criadores agora?
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Re: Apartamento 1818 - Zoe
por Zoe Aidios Qui Dez 28, 2023 11:12 am
- Curiosidade. Simples assim. Meu criador queria ver o que acontecia e, depois de muito tempo e tentativas falhas, eu aconteci.
Zoe não se sentiu insultada com a pergunta de Udra, era uma que ela tivera que responder algumas vezes. Talvez tenha se sentido um pouco desconfortável, mas era uma sensação com a qual estava acostumada. Então a próxima pergunta foi feita e Zoe precisou parar e pensar por um tempo. Onde estaria o velho Álmos? No Inferno, provavelmente. Ou no equivalente disso. Zoe fora criada cerca de um século atrás e na época Álmos já era bem velho. Ele mesmo disse que havia desistido de encontrar uma maneira de se tornar imortal e por isso estava tentando criar um ser que fosse.
- Morto. A não ser que tenha descoberto a imortalidade através da ciência.
Zoe não se sentiu insultada com a pergunta de Udra, era uma que ela tivera que responder algumas vezes. Talvez tenha se sentido um pouco desconfortável, mas era uma sensação com a qual estava acostumada. Então a próxima pergunta foi feita e Zoe precisou parar e pensar por um tempo. Onde estaria o velho Álmos? No Inferno, provavelmente. Ou no equivalente disso. Zoe fora criada cerca de um século atrás e na época Álmos já era bem velho. Ele mesmo disse que havia desistido de encontrar uma maneira de se tornar imortal e por isso estava tentando criar um ser que fosse.
- Morto. A não ser que tenha descoberto a imortalidade através da ciência.
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